Pages

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Parodiando as fábulas de esopo

"Então paródia é tipo uma zueira?", pergunta Rafael de Oliveira, 12 anos. Pode-se dizer que sim. A paródia é um intertexto cômico, produzido a partir de músicas, provérbios ou textos literários, com a intenção de provocar o riso. Inspirados pela releitura que Monteiro Lobato fez da clássica fábula sobre A cigarra e a formiga,  escrevemos nossas próprias paródias, reinventando  as velhas morais de Esopo (escritor da Grécia Antiga a quem se atribui a paternidade da fábula como gênero literário). Confira abaixo o resultado e divirta-se!

A Formiga Má

Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta.

Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com seu cruel manto de gelo.

A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se nem folinha que comesse.

Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou – emprestado, notem! – uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse.

Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.

– Que fazia você durante o bom tempo?

– Eu… eu cantava!…

– Cantava? Pois dance agora, vagabunda! – e fechou-lhe a porta no nariz.

Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra, morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?

Moral:
Os artistas, poetas, pintores e músicos são as cigarras da humanidade.
Monteiro Lobato

A lebre e a tartaruga

A lebre sempre dizia que era a melhor de todas e que conseguia ganhar até de um gueopardo, mas a tartaruga, cansada de ver ela contando vantagem, desafiou a lebre para uma corrida. A lebre quase caiu de tanto rir e falou:

- Você tá de brincadeira?

A raposa era a juíza e recebia as apostas. Quando começou a corrida, a lebre percebeu que a tartaruga já estava na linha de chegada. A lebre desesperada perguntou:

- Como?! Você me passou?!

E a tartaruga falou:

- Claro. Eu sou um gueopardo fantasiado de tartaruga.


Moral:
 Não fale do que você não tem certeza.
Rafael Oliveira, Rafael Marçal e Enrique Fernandes

A raposa e a cegonha

Num belo dia, a raposa, querendo pregar uma peça, convidou a cegonha para jantar em sua casa. Chegando lá, a raposa serviu uma sopa num prato raso. A raposa bebeu tudo, mas a pobre cegonha não bebeu nada e foi morrendo de fome para casa. No outro dia, a cegonha chamou a raposa para tomar sopa na sua casa e quando sentaram na mesa, a cegonha colocou um jarro grande, de bico fino, para que só ela pudesse tomar. Mas a raposa, nada besta, levou um canudo e bebeu tudo, sem deixar sobrar uma gota.

“Ela acha que me engana...”

Moral:
Seja esperto.
Rafael de Oliveira, Rafael Marçal e Enrique Fernandes

O leão e o ratinho

Um dia, o leão estava dormindo na sua pedra, quando passou um ratinho em cima dele. O leão acordou, prendeu o ratinho entre suas patas e o comeu.

Moral:
Nunca pise em quem é maior do que você.
Renato Augusto e Marco Túlio de Souza

O ratinho da cidade e o ratinho do campo

 Certo dia, o ratinho do campo foi à casa de seu amigo que vivia na cidade. Chegando lá, ele viu seu amigo jogado na rua e perguntou:

- Meu amigo, o que você está fazendo aí jogado?

O amigo respondeu:

- Perdi tudo o que tinha! Minha, casa, meu carro, tudo...

- Mas o que aconteceu? Você foi roubado?

- Eu perdi tudo jogando no cassino.

- Então venha comigo para a minha fazenda e lá iremos resolver isso.

- Não, obrigado! Prefiro ficar aqui na rua do que naquela sua fazenda miserável!
 
Moral:
Saiba escolher melhor os seus amigos.
Renato Augusto e Marco Túlio de Souza

O urso e as abelhas

Dois ursos estavam andando pela floresta e encontraram uma árvore caída. Um dos ursos sentou na árvore e não percebeu que tinha uma colmeia ali. Ele se mexeu e as abelhas se revoltaram e atacaram os ursos. Eles ficaram com muita raiva e começaram a morder e arranhar o tronco, mas quando as abelhas saíram, eles tiveram que correr até conseguir achar um lago para pular.

Moral:
Nunca sente num lugar que você não observou.
Vitor Martins

6 comentários: